Seminário aborda sobrevida do Rio Tietê

 

Por Eduardo Martellotta

Jornal do Brás/SP News

 

Contar a história do famoso Rio Tietê, canal de 1.136 km cortando praticamente todo Estado de São Paulo (de leste a oeste, e cruzando a Região Metropolitana, inclusive bairros como Brás, Pari, Tatuapé e Penha), e ao mesmo tempo, chamar a atenção das autoridades municipais, estaduais e federais para o abandono do rio, foram os objetivos do evento “Expedição Tietê – Registros dos usos, ocupação e recuperação”, com apoio da Sabesp, realizado dia 14 de março último no Arquivo Público do Estado de São Paulo, situado à rua Voluntários da Pátria, 596, bairro Santana.

O evento foi um “avant-première” do 8º Fórum Mundial da Água, sediado em Brasília de 18 a 23 de março, e também comemorativo ao Dia Mundial da Água (22 de março).

 

Decisões governamentais em exposição

2 expedição tietê 1Uma das idealizadoras da exposição e mediadora do seminário, Rose Marie Inojosa, doutora em Saúde Pública pela USP e atual diretora do Núcleo de Formação e Treinamento do Arquivo Público, disse: “Temos aqui todas as decisões de governos ao longo dos séculos, desde o governo provincial. Isso é um pote de riquezas para a gente entender como os cidadãos e os governantes lidaram com todas as questões multifacetadas e importantes da população em geral”, ressaltou. Rose Marie lembrou que a primeira expedição, capitaneada por Teodoro Sampaio na virada do século XIX, conheceu detalhes do Rio Tietê, cheio de meandros, com suas cachoeiras e corredeiras.

Salesópolis, berço do Tietê

2 expedição tietê 2Sérgio Augusto de Arruda Camargo, presidente do Conselho de Administração da Fundação Energia e Saneamento desde 2015, exibiu uma série de fotos do Rio Tietê contando empreendimentos do setor elétrico implementados ao longo do Tietê. Ele lembrou que a Usina de Parnaíba foi a primeira hidrelétrica a gerar energia para a cidade de São Paulo, em 1901. Sobre Salesópolis, onde tem a nascente do Rio Tietê, são desenvolvidos projetos junto com a Prefeitura, de conscientização dos visitantes, para ações ambientais e de preservação do Rio Tietê. Finalizando, disse que a fundação tem uma parceria com a Sabesp, no reservatório de Salesópolis. “A água é retirada do reservatório do município para a Sabesp fornecer água na região”, disse ele.

A importância da pesquisa

2 expedição tietê 3Janes Jorge é professor e vice-diretor acadêmico da Unifesp Guarulhos, autor do livro “Tietê, o Rio que São Paulo perdeu – São Paulo 1890-1940”. Ele disse que a preservação da água passa também, pela pesquisa. “Não vamos recuperar o Tietê e seus afluentes se não tivermos muita pesquisa. É fundamental pensarmos na divulgação científica”. Segundo ele, a preocupação com a defesa das águas é muito antiga. “Advertências sobre a poluição do Rio Tietê já existiam no começo do século XX”, completou. Para trazer vida ao Tietê, deve-se recuperar toda bacia hidrográfica, disse Janes. “O avanço urbano e a poluição do ar são fatores agravantes. Não nos esqueçamos do Rio Tamanduateí também”.

“O Tietê conta quem somos”

2 expedição tietê 4Também participou do seminário o biólogo Cesar Pegoraro, EcoEducador e Consultor da Fundação SOS Mata Atlântica, que trouxe questões sobre como está nossa percepção, posição e atuação em relação ao Rio Tietê. Ele disse: “O rio é o nosso espelho. Ele é o reflexo da comunidade que está no seu entorno. O Rio Tietê está contando quem nós somos”.

Cesar informou que em São Paulo, perde-se 33% de água tratada. Em Seul, Coreia do Sul, 4% da água é perdida. Na capital do Acre, Rio Branco, perde-se 75% da água tratada. Os dados são do Ministério das Cidades, disse Cesar.

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Fernando Padula, coordenador do Arquivo Público do Estado de São Paulo

2 expedição tietê 6Rose Campos, diretora da Associação Paulista de Imprensa – API e Rose Marie Inojosa

2 expedição tietê 7Exposição contou com mapas, livros e fotografias sobre a história do Rio Tietê

 

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